Vi gentes das Ilhas na tchon de Lisboa. Nas costas de Lisboa em movimento, nos andaimes entorpecidos de frio de Lisboa em construção, nos arredores de Lisboa salpicados de negro e sonhos em debandada. Vi pedaços das Ilhas desfilando em cortejo pelas ruas de Lisboa no sorriso crioulo de Bety de Ti Jôn d'Rome que me espera ali na paragem de comboio de Alcântara, no groguinho da Ilha que nos embala as estórias na casa do Campin de Bebê, na morna ondas sagradas do Tejo que meu sobrinho Nelson trauteia mecanicamente para espantar o frio na hora do banho...
Vi gentes das Ilhas na tchon de Lisboa.
(Gentes das Ilhas - 61 "estórias" enquanto o sono não vinha")
(Gentes das Ilhas - 61 "estórias" enquanto o sono não vinha")
1 comentário:
É sempre muito comovente a sentida saudade dos emigrantes pela sua Pátria, seu "tchon", seu cheiro, suas tradições e sua cultura.
Será que todas as nações, um dia, poderão proporcionar um nível de vida a todos, de modo a acabar este flagelo que tem sido tão duro para os africanos?
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