quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A FINITUDE DA VIDA - Um instante de silêncio.


Na vida, tudo é passageiro, tudo é finito. Tudo é efémero.
De nada valem, egoísmos, misérias e grandezas. De nada serve ouro ou fortuna. Arrogância ou desprezo.
Quando a vida cessa, nada mais somos do que pó. Descemos à terra fria. E é a terra fria o testemunho eloquente da imensa agonia do silencio da morte...
 Se à dor imensa da perda de um ente querido, juntarmos, anos depois, uma espécie de segundo acto de dor, quando nos é comunicado de forma fria, burocrática e impessoal que o tempo de descanso na terra se esgotou, então está completo o ciclo doloroso.
Hoje, para mim, cumpriu-se esse acto. Desceu o pano, de forma dolorosa, sobre a existência de dois seres maravilhosos a quem devo o ser que sou, na minha grandeza e miséria.


Minha Mãe... Meu Pai...

Uma longa história de Amor...

Neste momento, em silencio, olho para trás, para este caminho já longo em que tantas palavras ficaram por vos dizer. E vislumbro pegadas na areia, que o vento breve apagará.
E agora é tarde...
Demasiado tarde para vos dizer o quanto serão sempre importantes para mim. O quanto vos amarei...Sempre!

Até que nos voltemos a encontrar,

Descansem em paz... Meus Pais.
 

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

MEZINHAS E BENZEDURAS - O Consultório do Vidente

Imaginemos um grande Hospital em Portugal. o Hospital da Luz, ou o de Santa Maria. Com todas as suas  valências e especialidades... mas que, nos respectivos serviços, em vez de Médicos, estariam Magos, Bruxas, Videntes, e que ao invés de nos receitarem Ben-U-Ron, Diovan ou Aspirina, nos tratavam com Mezinhas, Benzeduras, Angaranhos e Fumigações...
Algo deste género:


CARDIOLOGIA
Benzedura do coração deslocado
"Santa Luzia pelo mundo andava,
Nossa Senhora encontrava,
Nossa Senhora lhe dizia:
- Onde vais Luzia?
- Senhora a benzer vou.
- Do que que benzes, Luzia?
- Benzo de dor, inflamação e pneumonia.
Venha cá, Senhora de Jesus,
Que eu em si tenho fé,
Venha a benzer Fulano,
Da cabeça até aos pés.
Avé-Maria, Padre-Nosso, Salvé-Raínha."

Para as alas do coração caídas
Se uma criança tem as alas do coração caídas, isto é, se encontra triste sem uma razão aparente, a mãe para lhas levantar deve cozer três pequenos pães. De cada um deve retirar um pequeno pedaço que dá ao filho.
O restante de cada pão deita-o a cada um dos três primeiros cães que encontrar, voltando-lhes imediatamente as costas por forma a que não veja os animais comerem os pães.

CIRURGIA GERAL
Quistos
Lobinhos - curam-se os lobinhos esfregando-os nas vestimentas de  um verdugo ou carrasco logo após a execução de um condenado.
Obs. Lobinhos são quistos desenvolvidos nas glandulas sebáceas, devidos aos produtos segregados por essas mesmas glandulas

DERMATOLOGIA
Sapinhos (aftas)
Os sapinhos talham-se fazendo a seguinte benzedura, voltando a criança para uma luz além de um rio ou de um regato:
"Luzinha do lado d'além
Tira as aftas que este menino tem."

Vertueja (Brotoeja)
O tratamento consiste em ir a uma pocilga de porcos e esfregar o corpo com a palha que lhes serve de cama, repetindo três vezes a seguinte benzedura:
"Sapo sapão,
Bicho bichão,
Rato ratão,
Lagarto lagartão,
Saramela saramelão,
Aranha aranhão,
E todos os bichos que estais
Secos mirrados sejais."

Benzedura do Fogo Nascido ou da Carne Queimada
O benzedor diz, por três vezes:
"Santa Cecília tinha três filhas:
Uma que se quêmava,
Otra qua'ardia,
Otra que do fogo caía,
Com que se curaria?
Com tutano de porco
E pós da guia.
Em lôvor da Virja Maria,
Padre-Noss'e Avé-Maria."

INFECCIOLOGIA
Tratamento das constipações
"Se uma criança espirra, diz-se:
"Deus te salve,
Deus te guarde,
Deus te acrescente
e te livre da má gente
e do cão arreganhado
e da velha que arrebita o rabo."

REUMATOLOGIA
Reumatismo
"Eu te benzo, dor reumática,
Nevralgias e ciática.
Dores de toda a sorte.
Fugi deste corpo mortal.
Deixai que Deus o conforte
Em louvor dos três apóstolos:
S. Pedro, S. Paulo e S. Tiago.
Padre-Nosso, Avé-Maria."

Ou em alternativa, friccionar o sítio dorido com sebo de lobo e tomar caldos de cobra, tendo o cuidado de cortar um palmo de cabeça e outro de rabo.