domingo, 29 de setembro de 2013

ALTEIA - (Althaea officinalis)

A Alteia é uma planta herbácea perene, da família das Malvacias.As folhas são serradas e aveludadas. As flores são vistosas, apresentando diversas tonalidades que vão do branco ao rosa escuro.
É uma planta que, só pela sua beleza, vale a pena ter no jardim. No entanto, a sua utilização vai muito além
dos seus evidentes atributos decorativos.

UM POUCO DE HISTÓRIA: 
Esta planta tem uma longa história para nos contar. O seu uso como medicinal perde-se na distância do tempo. Oriunda das estepes asiáticas, cultivada pelos Romanos, foi muito divulgada no tempo de Carlos Magno. Desde sempre fez parte dos jardins medicinais de mosteiros e conventos.
Como planta mágica, está presente em receitas de bruxas e alquimistas. Recomendam-nos eles, para que as suas virtudes mágicas se conservem todo o ano, ela deve ser colhida antes do amanhecer. E aqui também é ténue a fronteira entra a magia e a medicina popular. Os mágicos da época recomendavam o uso desta planta no tratamento de picadas de abelhas e na cura de ferimentos, desde que se respeitassem os conselhos atrás citados.

Entre nós também fez história. Quem não conhece os célebres "Rebuçados Peitorais do Dr. Bayard"?
A sua história conta-se em poucas palavras.
Corriam os anos da II Guerra Mundial. Ventos de guerra assolavam o mundo. Portugal era porto seguro para refugiados vindos um pouco de toda a Europa. Corria o ano de 1939. Um desses refugiados, francês, de nome Bayard, médico de profissão, também sentia na pele as dificuldades desses tempos de penúria. Um dia, entrou numa mercearia da baixa lisboeta para comprar um pouco de presunto. O marçano, Alvaro Matias, de origem humilde, nascido em Vale da Mula - Almeida, muito a custo conseguiu convencer o cliente a comprar um presunto inteiro. Desse encontro furtuito nasceu uma amizade improvável entre estes dois homens, tendo o médico passado a ser cliente assíduo da mercearia. Os laços de amizade foram-se solidificando ao ponto do Dr. Bayard ensinar os rudimentos da língua francesa ao seu novo amigo Álvaro.
Como a situação financeira do clínico se ia degradando, o jovem empregado foi "ajudando" com produtos
de mercearia.
Com o fim da Guerra, Bayard e a família decidiram regressar a França. Mas antes de abalar definitivamente, presenteou o seu amigo português com o único bem de valor que ainda possuía: A receita dos Rebuçados Peitorais do Dr. Bayard"!
Álvaro Matias começou a produzir os rebuçados de forma artesanal e caseira a partir 1949. Toda a família se empenhou na sua fabricação. O negócio prosperou e passou a ser industrializado. 
A tradição manteve-se até hoje. A embalagem ainda é a original, com o mesmo logótipo e até mantém a assinatura do Dr. Bayard.  A receita continua secreta. O sucessor de Álvaro Matias foi seu filho José António. Hoje é um neto, André quem dirige a empresa. 
Os Rebuçados Peitorais do Dr. Bayard têm na sua composição Alteia e Mel!


  Regressando à nossa Alteia, direi que na medicina tradicional, as folhas e flores, em infusão, tratam problemas respiratórios. Para os mesmos males também se usa o xarope de Alteia.
As raízes cortadas e fervidas, em cataplasmas, tratam afecções de pele. 
Também a raíz fervida é usada no tratamento de doenças do aparelho digestivo e em infecções bucais  E entra na composição de pomadas para curar o eczema da pele.
Há muito que a raíz desta planta é usada na indústria da cosmética.
Estudos realizados no Japão revelam que a Alteia tem efeito branqueador da pele.
Também na alimentação se usam os rebentos frescos, em saladas. Os Romanos consideravam a raiz, de sabor adocicado, uma iguaria.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

ERVA DOCE DOS AZTECAS

Nome Científico: Lippia Dulcis sinónimo de Phyla scaberrima


Esta planta pertence à mesma família da Lucia Lima (Lippia citriodora), ou da popular Lantana (Lantana camara), das Verbanacias.
É uma planta originária da região Andina, daí o seu nome popular. Localmente é conhecida pelo estranho nome de "Tsopelic Xhluitl".  Trata-se de um pequeno e discreto arbusto, de porte rastejante, vivaz, semi-prostrado, com inflorescências brancas, compactas e folhas ovais que ao serem esmagadas libertam um aroma pungente um misto de menta e cânfora.
Prefere solos ricos em matéria orgânica. Gosta de meia sombra. Ao sol pleno as suas folhas surgem com laivos avermelhados. Apesar de só exibir a sua máxima pujança quando plantada no chão, também se adapta bem a cultivo em vasos, sendo excelente para vasos suspensos.
É sensível à geada e a seca.

UTILIZAÇÕES
Como o seu próprio nome científico e popular indicam, trata-se de uma planta com características de adoçante natural. Na verdade, na composição das suas folhas encontra-se a hernandulcina, uma substância cerca de 1000 vezes mais doce que o açúcar vulgar. Não obstante isso o seu consumo não transmite qualquer caloria ao organismo humano pelo que pode ser consumida, se qualquer risco, por pessoas diabéticas.
As suas folhas são extremamente doces.
A sua utilização, contudo, não se resume ao forte poder adoçante. Em infusão, as suas folhas, são um eficaz tratamento para infecções respiratórias, asma, tosse, dores intestinais.
Um chá fresco de Erva-doce-dos-Aztecas, transmite um agradável e suave sabor a menta e canfora. 
Também pode ser utilizada para aromatizar saladas de frutos e sumos.
As folhas podem ser consumidas frescas ou congeladas.
Na indústria, tem interesse na produção de óleos essenciais.