quarta-feira, 1 de outubro de 2014

PLANTAS QUE MUDARAM A HISTÓRIA UNIVERSAL - AS SUPER PLANTAS

O FETO

Esta é uma das plantas mais antigas do mundo. A sua origem remonta ao Período Carbonífero, há, aproximadamente, 335 milhões de anos. Nessa época, a massa continental era constituída por aquilo que podemos chamar de super-continente, a Pangea - do grego: "todas as terras". Esta massa imensa de terra era plana, lamacenta  e sujeita a grandes inundações quando os glaciares do hemisfério Sul derretiam. Se pudéssemos fazer um retrocesso no tempo e viajar até esse passado remoto, iríamos encontrar, no que ao mundo vegetal diz respeito, os antepassados das espécies vegetais que hoje conhecemos. Entre essas plantas, poderíamos, por exemplo, encontrar o Equisetum, "progenitor" da conhecida Cavalinha (Equisetum arvense), só que... com uma diferença significativa no tamanho. A Cavalinha dos nossos dias é uma espécie vegetal que, raramente, atinge um metro de altura. O Equisetum do Carbonífero alcançava a espantosa altura de 18 metros.
Fetos tal como os conhecemos hoje.
Quanto ao Feto, existem actualmente inúmeras subespécies, algumas com uma altura razoável, caso dos fetos arbóreos da Mata do Bussaco, contudo, essas são excepções. A regra, aquilo que encontramos quando deambulamos pelos vales húmidos ou margens de linhas de água, são exemplares de pequenas dimensões. No Carbonífero não era assim. Exemplares gigantescos, com mais de 10 metros de altura, cobriam as imensas planícies. A sua "copa" plumosa erguia-se em busca dos raios solares. Quando estes espécimes vegetais morriam, convertiam-se em composto primeiro, depois numa turfa negra. Enterrando-se cada vez mais no terreno lamacento, pela acção de sucessivas inundações e de uma cada vez maior pressão, esta massa informe foi-se transformando em estratos ricos em carbono carregado de energia negra latente.
Esta massa compacta e negra é o carvão mineral tal como o conhecemos hoje. Ela
permitiu que, por exemplo, os Estados Unidos, se transformassem numa super potência. Hoje cumpre essa mesma missão numa outra grande nação: a China. Contudo, esta mesma fonte de energia, que fez povos prosperarem até um ponto cujo limite é o infinito, é também a causa da maior catástrofe que o mundo actual enfrenta; as alterações climáticas.
O ser humano tardou em aprender a aproveitar a imensa energia que os fetos e outras plantas haviam armazenado ao longo de milénios. (Na verdade, os homens estavam mais acostumados a explorar o que se encontrava à superfície), mas, quando o fez, esse consumo foi exponencial. Toda essa imensa massa vegetal soterrada há milhares de anos começou a proporcionar fama e fortuna. Como é o caso de James Watt, matemático e engenheiro escocês, que se destacou pelos melhoramentos que introduziu na máquina a vapor, que acabaria por ser fundamental para a Revolução Industrial. Outro tanto se passaria com George Stephenson,
construtor das primeiras locomotivas a vapor.  Nações inteiras ficaram dependentes dos benefícios (e também dos malefícios...) proporcionados pelo carvão e mais tarde pelo petróleo. Todas as grandes unidades industriais da época eram alimentadas a carvão. Imensas nuvens de fumo sulfúreo cobriam as cidades. Londres, na época Vitoriana, especialmente no Inverno, era o exemplo disso,  como se pode ver nesta tela de Claude Monet (1904).
Nesta obra de Claude Monet (1904) podemos
ver imenso manto de nevoeiro contaminado
que cobre a cidade de Londres.
Aos poucos, os governos foram tomando consciência do problema grave que representava a degradação do ambiente. Normas restritivas foram, aos poucos, limpando o ar das cidades. Porém o problema manteve-se e o mundo, estupefacto,  contemplou as imagens do planeta Terra, vindas do espaço. O intenso azul que envolvia a Terra ocultava outro problema. A combinação da combustão de de combustíveis fosseis - carvão e petróleo - e a libertação de gaz metano estava destruindo a camada de ozono que protege o planeta Terra da radiação ultravioleta do Sol.
A menos que os governos das nações consigam travar esta orgia desmedida de consumismo desenfreado de combustíveis fosseis, o nosso legado às gerações futuras, deixa muito a desejar.