sábado, 9 de novembro de 2013

LEMBRAR O TEMPO...



Lembrar o tempo em que tu nasceste. Há 31 anos!
Lembrar o tempo em que te dava banho e mudava a fralda.
Te dava o leite no biberon, por que era assim que tu querias! (pequeno ditador…)
E me obrigavas: Pai Jão… canta o Ai Ai! E eu… cantava, encabulado: “Ai Ai Ai minha machadinha… quem te pôs a mão sabendo que és minha?” Fosse em frente de quem quer que fosse…

E te punha às cavalitas e caminhávamos pela praia. Parando de quando em vez para construirmos castelos na areia. 
Na areia? Não… na rocha! Porque eles perduram até hoje…

E chegavas cansado a casa e eu te embalava cantando baixinho: 

"O meu menino é d'oiro
É d'oiro fino
Não façam caso que é pequenino
O meu menino é d'oiro
D'oiro fagueiro
Hei-de levá-lo no meu veleiro.
Venham aves do céu
Pousar de mansinho
Por sobre os ombros do meu menino
Do meu menino, do meu menino
Venha comigo venham
Que eu não vou só
Levo o menino no meu trenó!"

Lembrar os belos piqueniques que fazíamos… tu montado num “jeep” de plástico e eu a puxá-lo com um cordel… que não davas aos pedais (sacana…)

E tu eras o “Indio Soneirinha” que estava doente na sua tenda e eu o médico que te ia tratar: Toc toc toc! Batia eu à porta e tu perguntavas: "É o dotoio? Pode entaia!... Pai jão? Coio! (colo…)"

E tu cresceste… cresceste… e te foste tornando um homem. Cada vez mais…

E é por seres quem és, um HOMEM! Que te amo e de admiro!

Hoje é o teu dia especial, porque também tu és especial

PARABÉNS MEU FILHO!

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

A COZINHA DAS BRUXAS - Unguentos Satânicos.

Desde sempre a nas mais diversas civilizações, o imaginário popular ancestral foi povoado pelo estériotipo da figura da Bruxa voando a cavalgar uma vassoura.
Mas as Bruxas, realmente, voavam?
Esta é uma pergunta que, hoje, talvez nos faça sorrir, tão óbvia, parece-nos, a resposta. No entanto, à época, fez correr rios de tinta. Havia quem acreditasse, piamente, que as Bruxas voavam. Os mais cépticos defendiam que o alegado poder de voar, atribuído a estas mulheres, mais não era que estados hipnóticos induzidos pelas poções diabólicas preparadas e ingeridas por elas.
Um especialista naturalista do século XVI, Giambatista della Porta, decidiu fazer a experiência preparando e aplicando em si próprio as tais poções diabólicas e concluiu que esses unguentos mágicos induziam um sono profundo, povoado de alucinações, nas quais ele acreditou ser possível voar por longas distâncias e participar em orgias demoníacas, que descreveu com toda a riqueza de pormenores.
Também se sabe de um caso em que uma Bruxa, surpreendida e amarrada à cama e vigiada a noite toda, logo após se ter bezuntado com a tal mistela mágica, afirmou, quando acordou, ter voado uma longa distância, ter participado num "Sabat" - uma sessão de culto colectivo a Satanás - e ter mantido relações sexuais com o demónio.
O denominado unguento diabólico era composto por extratos vegetais de diversas plantas, com poderosos efeitos alucinógenos a que se acrescentava gordura animal para facilitar a aplicação e absorção.
Este produto, negro e fétido, era bezuntado no corpo da Bruxa, com especial incidência nas mãos, temporas, peitos, plantas dos pés e partes íntimas. Consoante o local do corpo onde era aplicado, assim variava o seu efeito, já que dependia do grau de absorção.
Hoje sabe-se que a vassoura as ajudava a voar, mas não no sentido tradicional que conhecemos. À época, a vassoura era considerada um simbolo do sexo feminino. A sua utilização representava a predominância da mulher sobre o homem. Das Bruxas sobre os Bruxos. O seu cabo, de aspecto fálico, era utilizado em rituais de fertilidade praticados em ambientes de extrema sexualidade, como era o "Sabat". Servia de aplicador das punções satânicas na parte mais interna da vagina , cuja mucosa é irrigada por inúmeros vasos sanguíneos. Assim, a absorção era rápida e o efeito quase imediato.
Estas mulheres, tidas como alucinadas e possuídas pelo demónio, eram sim, experientes conhecedoras das plantas e dos seus princípios activos. A sua experiência e conhecimentos eram fundamentais para atingirem os objectivos a que se propunham. A diferença entre o estado de alucinação e a morte por intoxicação, estava, tão só,  na quantidade de produto ingerida.
Figueira-do-Inferno
No século XIX, o Teólogo alemão Karl Kiesewetter decidiu repetir a experiência de della Porta, realizada três séculos antes. Para tanto, seguindo a receita descrita por antigos autores, produziu um dos unguentos mágicos e aplicou-o a si mesmo. O efeito não se fez esperar e foi exactamente o mesmo: Sono profundo agitado por visões fantásticas e alucinações.
Meimendro-Negro
Entre as plantas diabólicas utilizadas pelas bruxas, está bem representada a família das Solanácias, como é o caso da Mandrágora, do Meimendro-Negro, da Beladona e da nossa conhecida Figueira-do-Inferno ou Estramónio, pasme-se, da mesma família botânica da Batateira, da Beringela e do Tomateiro...