quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O JARDINEIRO

O Jardineiro surgiu do nada, como o manto rubro das papoilas na Primavera;  com umas sandálias de couro e um longo cajado de madeira de carvalho.
Deambulou pelas praças e pelo mercado, a perguntar se alguém estava disposto a vender-lhe um terreno espaçoso. E encontrou o seu lugar nos arredores da aldeia, junto de um regato cantarolador com reflexos dourados.
Construiu uma cabana. E à sua volta um jardim, grande e com sulcos de vento; bordado com heras, clematites, passionárias e madressilvas; salpicado de açucenas, violetas, lírios e pensamentos.
E sentou-se à porta do seu jardim, oferecendo a sua beleza e a paz a todo aquele que as quisesse gozar. Disse-lhes que aquele jardim era o Jardim da Vida, e que a porta estaria sempre aberta para todo aquele que quisesse encontrar a Paz.
Os pássaros e os esquilos fizeram ninhos nas suas árvores, as fadas e os elfos procuraram refugio entre as suas plantas, e os homens encontraram abrigo para o seu coração entre as suas flores.
E o Jardineiro dedicou-se a cuidar de plantas e árvores, esquilos e pássaros, fadas, elfos e homens.
                                                               (O Jardineiro de Grian)

2 comentários:

Alda Couto disse...

Quem me dera encontrar um jardim assim...

Majo disse...

Deve ser emocionante e encantador, este livro de Rian...

Mas, amigo, a tua prosa poética não lhe fica atrás!...